Trata-se de uma proposta de parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, de formação de professores de apoio ao processo de inclusão escolar. A política nacional, a instituir os princípios inclusivos, inaugura uma nova era educacional, porém, os desafios para operacionalização de novas práticas político-pedagógicas são intensos, pois ainda convivemos com bolsões de miséria, com dificuldades de acesso aos bens culturais e humanos, portanto, assegurar ambientes inclusivos e acolhedores no interior da escola, ultrapassa o limite dela mesma, uma vez que depende, em grande medida, de ações intersetoriais que possam garantir os direitos sociais previstos em lei, mas, muitas vezes, inexistentes para as crianças, adolescentes e jovens de nossas escolas .
Além dos desafios inerentes a instalação de uma nova lógica educacional, a qual abrange a redefinição de projetos pedagógicos mais afinados com a realidade contemporânea, há, ainda, nos ideários de inclusão escolar, a ênfase na incorporação do público alvo da educação especial (PAEE) nos espaços comuns de aprendizagem que, embora desejável a longos anos na escola brasileira, na atualidade se reveste de um novo sentido, qual seja: vencer concepções conceituais individualistas, superar velhos paradigmas e compreender suas particularidades como provenientes das interações sociais e não meramente de situações biológicas, orgânicas ou psicológicas. Há a incorporação do papel do outro na identificação e interpretação das condições específicas desses sujeitos, interpondo uma visão interacionista de todo o processo de identificação das diferenças.
Assim sendo, há de se questionar a organização de todo ambiente de aprendizagem como fator de desenvolvimento escolar, e enfatizar a constituição de suportes pedagógicos especializados para garantir a especificidade de aprendizagem do PAEE e o seu acesso ao currículo e ao conhecimento.
Sem dúvida estamos diante de uma nova e difícil realidade a ser construída, por isso não é possível simplificar o processo de inclusão escolar, como se tudo se reduzisse apenas à matrícula. É preciso rever os procedimentos e atuar em diferentes âmbitos. Um deles refere-se, justamente, a organização política e administrativa, as propostas curriculares e a formação docente, certamente imbuídos de universos conceituais e a implicação pedagógica de uma escola cuja pretensão é tornar-se inclusiva.
Assim, os objetivos da proposta são: a) investigar o conhecimento inicial dos professores de apoio à inclusão sobre suas atribuições políticas-administrativas-formativas em relação à educação especial na perspectiva inclusiva; b) realizar levantamento e analisar as ações orientadoras e diretrizes de cada região educacional do município de São Paulo em relação ao fluxo do trabalho junto ao público alvo da educação especial (PAEE); c) descrever e analisar as dificuldades e avanços vivenciados pelos professores especializados na organização e desenvolvimento de suas ações numa perspectiva inclusiva multi e interdisciplinar; d) discutir, elaborar, produzir um Documento Orientador para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e; f) analisar o impacto do Documento Orientador para o AEE.
Desta forma, como apoio as atividades presenciais, contaremos com a Plataforma Educacional como um suporte importante no acompanhamento do curso e de contato com os professores.
- Professor: Anna Augusta Sampaio Oliveira